Nome: A filha perdida
Por: Elena Ferrante
Ano: 2016
Idioma: Português
Editora: Intrínseca
Sinopse:
“As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmos não conseguimos entender.” Com essa afirmação ao mesmo tempo simples e desconcertante Elena Ferrante logo alerta os leitores: preparem-se, pois verdades dolorosas estão prestes a ser reveladas.
Lançado originalmente em 2006 e ainda inédito no Brasil, o terceiro romance da autora que se consagrou por sua série napolitana acompanha os sentimentos conflitantes de uma professora universitária de meia-idade, Leda, que, aliviada depois de as filhas já crescidas se mudarem para o Canadá com o pai, decide tirar férias no litoral sul da Itália. Logo nos primeiros dias na praia, ela volta toda a sua atenção para uma ruidosa família de napolitanos, em especial para Nina, a jovem mãe de uma menininha chamada Elena que sempre está acompanhada de sua boneca. Cercada pelos parentes autoritários e imersa nos cuidados com a filha, Nina parece perfeitamente à vontade no papel de mãe e faz Leda se lembrar de si mesma quando jovem e cheia de expectativas. A aproximação das duas, no entanto, desencadeia em Leda uma enxurrada de lembranças da própria vida — e de segredos que ela nunca conseguiu revelar a ninguém.
No estilo inconfundível que a tornou conhecida no mundo todo, Elena Ferrante parte de elementos simples para construir uma narrativa poderosa sobre a maternidade e as consequências que a família pode ter na vida de diferentes gerações de mulheres.
Comentários:
Um livro complicado. Leda é cheia de camadas, e igual uma cebola, elas ardem, incomodam, trazem lágrimas e fazem você repensar suas escolhas de vida.
Mas falando sério, vi um comentário que dizia que a leitura é como estar sentada com Leda e ouvir sua história, mas acho que é um pouco mais cru, em uma conversa podamos, restringimos, omitimos. Em A Filha Perdida parece que estamos na cabeça de Leda, ouvindo cada pensamento, memória, revulsão.
E Leda é uma senhora de interior complicado… ela é desconectada do próximo e tem umas pachorras tipo ressentir a mãe dos traumas de criação, mas não perde um segundo pensando nos que infligiu nas filhas (e foram vários), são apenas memórias e não senti remorso ou dor por algumas coisas, só reflexões de alguns momentos, alguns com maldade até (enfim, a hipócrita de falar tanto da mãe).
Leda é alguém que se perdeu e se encontrou e nesse processo não ligou muito pra quem machucou, e se desfez algumas coisas, foi porque era melhor pra ela. Vi romantizarem a Leda “ela não é um monstro egoísta, ela é humana”, e por ser humana ela tem sim a capacidade de ser um bicho ruim e em certas atitudes ela é, e não esconde isso da gente, afinal, estamos em seus pensamentos e reflexões, ela tem pensamentos maldosos, mesquinhos, ciumentos, é uma pessoa de carne e osso e que cometeu seus erros, você consegue ler as passagens e visualizar alguém real, isso é muito interessante, mas estar na cabeça de uma mulher como ela é pesado.
Por um lado achei fascinante esse acesso tão puro a uma mente rica, nesse ponto é uma leitura curiosa de explorar, mas no geral os personagens são chatos e nesse ponto é difícil apegos (até a boneca nos dá um pouquinho de repulsa). Mas recomendo pra quem gosta desses vislumbres humanos, mesmo quando eles exploram um lado cruel.
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Becca8
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